Com 26 anos Catarina casou com Kerstiaen de Moryn. Músico excelente, veio a tornar-se no organista da Igreja de Nossa Senhora de Antuérpia. E como tal
organista da corte da rainha Maria de Hungria, princesa da dinastia do
Habsburgos, irmã do imperador Carlos V, infanta de Espanha.
Depois do casamento assina
e data apenas um quadro "A flagelação de Cristo" de 1555.
Entretanto, a rainha viúva Maria de Hungria retira-se para
Madrid em 1556 levando consigo como membros da sua corte o jovem casal.
Não há
evidência documentada do que Catarina
terá feito nessa sua estadia em Espanha. Professora de arte de damas de corte, de
aias da rainha ou aia ela própria? Não se sabe.
Dois anos depois Maria
de Hungria morre e terá deixado ao casal uma pensão vitalícia. Catarina e seu
marido regressam a Antuérpia e em 1561 De Moryn aceita a posição de organista na
Ilustre Irmandade de Nossa Senhora em Hertogenbosch. Sem filhos que lhes perpetuassem
o nome desaparecem, em termos de documentos, em 1565.
No entanto em 1567 Ludovico Guicciardini refere-se a
Catarina como ainda viva. Este Ludovico é sobrinho do notável homem de estado,
diplomata e historiador Francesco Guicciardini.
Vasari também se lhe refere no "Vidas" em 1568.
Fica uma vida curta de artista que não terá durado em termos
de actividade muito para além do casamento.
Ficam os seus retratos realistas, muito realistas, com poucas
cedências em termos de embelezamento dos modelos. Fundos neutros, rostos sérios,
fatos escuros, ambiente intimista, pequenas dimensões.
Ficam os seu autoretratos o primeiro em que a jovem artista de 20 anos se
retrata orgulhosamente a pintar e este, possivel, autoretrato de uma Catarina com mais idade e vida.