domingo, 24 de março de 2013

Giovanna Garzoni (1600-1670) Outra menina prodígio

O homem de artemino, 1648


Menina prodígio, tal como a já nossa conhecida Fide Galicia (1578-1630), Giovanna Garzoni nasce, talvez em 1600, em Ascoli-Piceno, perto da costa adriática em Itália.

Pouco se sabe dos seus inícios ou de quem a poderá ter ensinado. Terá, muito jovem, começado o seu trabalho como miniaturista de retrato, dedicando-se posteriormente à natureza morta.

cadelinha

Como outros pintores percorreu várias cidades em busca de trabalho e patronos. Na década de 1620 andava por Roma. Esteve 5 anos em Turim onde foi protegida dos duques de Sabóia.

Sustentava-se a si mesma e nunca casou.







Victorio Emanuel, duque de Sabóia, 1635, miniatura
Cristina de França, duquesa de Sabóia, 1635, miniatura





Carlos Emanuel I, duque de Sabóia, 1632-35













Em Florença continuou a sua arte tendo como patronos a corte dos Medici.







Figos




Voltou a Roma em 1651onde se manteve com trabalho constante e de sucesso até à sua morte em 1670.
Prato com ervilhas






Foi exímia pintora com um traço limpo e seguro. Basta ver as suas têmperas com pincel em velum (o seu meio favorito).







Têmpera com traço de pincel em velum



Era uma mulher do seu tempo, que aproveitou a ênfase humanística da observação directa e os surgimentos das várias taxonomias e classificações. Assim uma natureza morta, mais de que um género menor, configurava um trabalho quase científico de observação. O que explica também parte da excelente aceitação do trabalho de Giovanna Garzoni.

Têmpera com traço de pincel em velum


Parte da sua obra foi deixada a Accademia di San Luca, (dos pintores de Roma), atestando o reconhecimento que sempre obteve em vida.

Autoretrato 1650




quinta-feira, 7 de março de 2013

Artemísia Gentileschi( 1593-1651) Resgatar uma pintora da escuridão parte 2

Anjo, 1613
Depois do desatre emocional do julgamento, em Roma,  por violação, Artemísia casa-se ou é rapidamente casada com  Pierantonio Stiattesi numa relação que não foi nem duradora nem feliz. Deixa Roma e parte rumo a Florença.


autoretrato como mártir, 1615
 Aí entrega-se à sua arte, beneficia de patronos como os Medici e é ainda a primeira mulher a ser admitida na Academia de Pintura de Florença.











Madonna, 1609
Pinta fortes e variados temas; até arranja uma côr que era "só dela": o dourado de Artemísia




Sta Cecília

Madalena nmelancólica

Martírio de S. Januário,1637


Tecto, 1638/39, Inglaterrra










Tinha o seu quê de andarilha.  Afinal como pintora devia  procurar patronos e encomendas que lhe permitissem sustentar-se. Em 1621 volta para Roma; de 1627 a 1629 terá vivido em Veneza;
em 1630 muda-se para Nápoles , em 1638 trabalha 1 ano em Inglaterra sob a protecção de seu pai, ao tempo, contratado pelo  rei Carlos I.




Este seu autoretrato como alegoria da Pintura é o meu favorito.
Só alguém com muita força interior teria a coragem e o "descaramento" de encarnar a própria Arte que praticava.


Autoretrato como alegoria da Pintura, 1630

Em 1639 volta para Nápoles onde vive até ao fim dos seus dia tomada, talvez, por uma peste.

 
Morre uma excelente pintora, de grande traço e côr, herdeira digna de um Caravaggio e ainda mais digna, pelo valor próprio, de ver o seu nome resgatado da escuridão do esquecimento a onde tanto tempo foi votada.
 

Catarina van Hemessen (1528- >1587) parte II

Com 26 anos Catarina casou com Kerstiaen de Moryn. Músico excelente, veio a tornar-se no organista da Igreja de Nossa Senhora de Antu...