Nasce em 1532 em Cremona, na Lombardia. Esta jovem italiana de olhos claros, segura de si, com uma sempre estudada compostura olha-nos dessa longínqua Renascença e mostra do que é capaz.
Como nobre aristocrata estudou Latim, Matemática, Literatura, Ciências, Filosofia, Escrita, Música, Desenho e Pintura. Teve liçoes privadas com o artista Bernardino Campi e posteriormente Bernardino Gatti.
Tinha nas suas mãos a tão desejada"invenzione", o espírito criador do artista que transmite emoções e espelha o sopro divino da inspiração verdadeira.
Pintou mais autoretratos que qualquer outro artista entre Durer e Rembrandt.
Estas peças, as suas pinturas, eram "jóias" de colecção que se ofereciam, trocavam e colecionavam ao mais alto nível social.
Sofonisba, porque nobre e pelo seu status social não podia vender nenhuma das suas obras. Assim o círculo em que se movia permitia-lhe uma visibilidade pouco comum a uma artista mulher mas por outro lado retirava-a do "mercado" da competição das comissões e vendas.
Neste autoretarato de fundo verde está escrito o seguinte:
Sophonisba Angussola vir[go] ipsius manu ex [s]peculo depictam Cremonae" (Pintado de um espelho, pela sua mão Sofonisba Anguissola, virgem de Cremona)
Temos então assim alguns desses autoretratos e em baixo um curioso retrato duplo em que aparece com o seu mestre Campi, ambos de negro, à boa maneira dos cortesãos (homens) da época. Dez anos depois, com um toque de ironia e de ternura a pupila pinta o mestre a pintá-la a ela e ela é indubitavelmente a figura central.
A excelência obtida no muito que pintava vale-lhe da parte de escritores e poetas do seu tempo o título de " IL Miracolo di Natura"
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