segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Sofonisba Anguissola, a mulher de negro e uma viagem para Espanha

Vestia-se de negro com poucos adornos, gola branca de renda, cabelos penteados e apanhados atrás sem grandes exibições de caracóis ou de algo que a ligasse a ideais pré-feitos de beleza feminina. Com um aspecto que a distanciava da riqueza ornamental do vestuário das suas contemporâneas da mesma classe social.

Transmitia uma imagem de segurança e compostura serena, de alguém que quer trilhar um caminho diferente e adopta para si o código e vestuário que era indicado para o cortesão perfeito, mas homem.

Nos seus múltiplos autoretratos constrói sempre uma imagem de rigor e de cultura, ora com livros, ora no cravo. Constrói uma imagem baseada em trabalho de pintura honesta e excelentemente feita. Tanto que muitas das suas obras foram atribuídas posteriormente a outros pintores.

Em sete dos seus quadros assinou como "virgo", que mais do que uma afirmação de feminina castidade era uma afirmação de autonomia de qualquer homem, de autosuficiência.
Isabel de Valois
Em 1558, já pintora reconhecida, conhece em Milão o Duque de Alba que a apresenta à corte Espanhola.

É o ínicio de uma viagem de 18 anos.

É convidada por Filipe II para ser professora de desenho e pintura de Isabel de Valois, a terceira mulher do rei.


Sofonisba Anguissola tem cerca de 26 anos, estava na corte mais prestigiada de toda a Europa como pintora respeitada, nobre convidada e professora da rainha, aia ainda da infanta Isabel Clara Eugénia.

Isabel de Valois

Autoretrato

As suas vestes negras certamente não destoaram na austera corte de Espanha. E a  amizade da rainha tornou a sua estadia bem profícua em termos de produção artística.


Duas crianças


D.Carlos



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